domingo, 15 de maio de 2011

Ceará na Segunda Guerra Mundial - Bombas em Alagoas


por: Rebeka Kerpen 
   Seis minas enterradas há cerca de 60 anos e utilizadas por navios estrangeiros na Segunda Guerra foram localizadas pela Capitania dos Portos, em Maragogi, no litoral norte de Alagoas. O medo e a desconfiança agora fazem parte da rotina de moradores da praia.
   Cada bomba tem um raio de destruição de até 150 metros e mesmo enterradas há mais de 60 anos, possuem risco de explosão.
   Duas minas estão na praia de Antunes bem na divisa entre Alagoas e Pernambuco e um dos principais cartões postais de Maragogi.
   O que mais preocupa as autoridades não são as minas encontradas na região litorânea de Maragogi. Dos seis artefatos encontrados. quatro estão na zona urbana. Dois no centro da cidade. Um exatamente neste ponto a poucos metros de uma escola municipal.
   No século XVII, Maragogi era polo de resistência dos holandeses contra os portugueses e em seu litoral navios de piratas franceses, com moedas de ouro e pau- brasil, afundaram durante o período colonial, como tentativa de invasão do litoral brasileiro. Desde então, a fama de objetos enterrados e uma possível fortuna em metais preciosos povoam o imaginário da cidade. Na Segunda Guerra, virou ponto de soldados, que montaram trincheiras para vigilância do litoral alagoano e pernambucano.
    Isto mostra e confirma o que era muito especulado antes da descoberta destas bombas, os americanos realmente montaram bases militares em todo o Ceará, isso também explica a influencia e monumentos deixados por eles.Como por exemplo o Estoril em Fortaleza, a construção do prédio inicialmente chamado Vila Morena, pelos idos de 1920, representou a conclusão do sonho do coronel pernambucano José Magalhães Porto.
   Décadas depois, durante a Segunda Guerra Mundial, os oficiais americanos transformaram o casarão num cassino. Na época, o local tornou-se o reduto das atrevidas Coca-Colas, moças da sociedade local, de famílias tradicionais cearenses, lindas, elegantes, vistosas e educadas, que tinham coragem de enfrentar as críticas e condenações da época, assumindo a soldadesca "invasora".
  As Coca-Colas surgiram com a chegada dos soldados americanos que aqui instalaram uma base aérea, por volta de 1940. Melhor dizendo, foram conseqüência da permanência daqueles militares em Fortaleza. O epíteto "Coca-Colas" surgiu do fato delas terem o privilégio de tomar o famoso refrigerante americano que, na ocasião, somente era visto nas telas do cinema.
   Com o fim da guerra, já com o nome de Estoril, recebido após a primeira reforma em 1948, o local passou a ser ponto de encontro de representantes de diversas correntes ideológicas. Em 1952, passou para as mãos de Zé Pequeno, que durante 40 anos foi anfitrião da intelectualidade cearense. Devido a essa característica, foi alvo de diversas "batidas" policiais durante o período de ditadura militar.
   Patrimônio afetivo da cidade, foi comprado da família Porto em 1992 pela Prefeitura de Fortaleza, reformado e transformado em Centro Cultural da Praia. Lá já aconteceram seminários, oficinas, cursos, exposições, shows e lançamentos literários.
   Localizado na Praia de Iracema, bairro preferido pela boemia, o Estoril fica bem próximo à Ponte Metálica. Em suas redondezas encontra-se uma grande variedade de restaurantes e bares instalados em casas e edificações antigas. Alia-se a tudo isso o charme e bucolismo das ruas estreitas que o cercam, relembrando o passado e, principalmente, atraindo os turistas com sua programação sócio-cultural.

Um comentário:

  1. Me pergunto como um dito "Ser Humano" foi capaz de tamanha atrocidade contra seus próprios semelhantes.É uma parte da História da Humanidade que me apavora e me Faz admirar cada vez mais o animal que apenas mata para sua própria defesa ou para seu sustento!!

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