segunda-feira, 16 de maio de 2011

Depoimentos de sobreviventes

Por: Rebeka Kerpen


  
Neste post, colocarei alguns depoimentos de sobreviventes da segunda guerra mundial, entre soldados e pessoas que fugiram devido serem perseguidas e ate mesmo de sobreviventes que presenciaram e foram submetidos as torturas ocorridas em campos de concentração.Nunca é fácil falar sobre isso, pois é como se tirassem a casca de cima de um machucado quase curado, muitas vidas foram mortas durante esses anos e não importa quanto tempo passe e nos distancie deles a humanidade nunca os esquecerão, são relatos tenebrosos, que nos choca em primeiro momento e ao terminarmos de ler nos perguntamos como é possivel um ser humano ser tão cruel e "sangue frio":


"Secam as fontes e os rios, ardem as searas e a nossa casa e as árvores nuas amaldiçoam o céu, sem sabermos porquê. Morrem os jovens antes de se amarem e os poetas com os poemas inacabados e as crianças olhando espantadas para o céu, sem saberem porquê. Um vento noturno deixou insepultos ventres e seios e desejos de maternidade nunca realizados, e secou risos e cantares subindo para o céu, sem sabermos porquê. Andam as guerras pelo mundo: somente possuímos uma voz, uma voz e essa voz não se calará e nós sabemos porquê! "

                                   -Tomaz Kim, Campo de Batalha

"No momento em que se abriu a última vala, reconheci toda a minha família. Mamãe e minhas irmãs. Três irmãs com seus filhos. Elas estavam todas lá. (...) Quanto mais se cavava para o fundo, mais os corpos estavam achatados, era praticamente uma pasta achatada. Quando se tentava segurar o corpo, ele esfarelava completamente, era impossível pegá-lo. Quando nos forçaram a abrir as valas, proibiram-nos de utilizar instrumentos, disseram-nos:É preciso que se habituem a isso; trabalhem com as mãos (...) Os alemães haviam até acrescentado que era proibido empregar a palavra morte ou a palavra vítima, porque aquilo era exatamente como um cepo de madeira, aquilo não tinha absolutamente nenhuma importância, não era nada.


                                  - Motke Zaidl e Itzhak Dugin, sobreviventes dos campos nazistas

"No interior do vagão, ficavam tão apertados que talvez nem sentissem frio. E no verão sufocavam, porque fazia muito, muito calor. Então os prisioneiros tinham muita sede, tentavam sair. (...) E algumas vezes faziam de propósito, muito simplesmente saiam, sentavam-se no chão, e os guardas chegavam e lhes davam um tiro na cabeça. (...) Uma vez os judeus pediram água, um ucraniano que passava proibiu de dar água. Então a prisioneira que pedia água jogou-lhe na cabeça a panela que segurava, então o ucraniano recuou um pouco, dez metros talvez, e começou a atirar no vagão, a esmo. Então aqui ficou cheio de sangue e de miolos."

                                 -Franz Suchomel, SS Unterscharführer

"Em Treblinka nessa época funcionava a plena força. Estávamos então começando a esvaziar o "gueto" de Varsóvia. Em dois dias, chegaram cerca de três trens (...) Chegaram a Treblinka cinco mil judeus, e entre eles havia três mil mortos (...) Eles haviam aberto as veias, ou estavam mortos, assim... Descarregamos semimortos e semiloucos. (...) Nós os amontoamos aqui, aqui e aqui. Era milhares de humanos empilhados uns sobre os outros. Empilhados como madeira. Mas também outros judeus, vivos, esperavam ali há dois dias, pois as pequenas câmaras de gás já não eram suficientes. Funcionavam dia e noite, naquele tempo."


                                  - Simon Srebnik, soldado alemão

"Lembro-me de uma vez, eles ainda viviam, os fornos já estavam cheios, e eles ficaram no chão. Todos se moviam, voltavam a si, aqueles vivos... E quando eles os jogaram aqui nos fornos, todos estavam reanimados: foram queimados vivos (...) Quando vi tudo aquilo, aquilo não me tocou. Só tinha treze anos, e tudo o que havia visto até ali eram mortos, cadáveres. Jamais havia visto nada de diferente. (...) Eu pensava: deve ser assim, é normal, é assim. (...) As pessoas tinham fome. caiam, caiam... O filho tomava o pão do pai, o pai o pão do filho, todos queriam permanecer vivos (...) Pensava também: Se sobreviver, só desejo uma coisa: que me dêem cinco pães. Para comer... Nada mais."

                               - Filip Müller - sobrevivente das cinco liquidações do "comando especial" de Auschwitz.


4 comentários:

  1. Nooosa,fiquei impressionada D: quero dizer que o trablaho esta ótimo e avisar que usei este trabalho como base em um trabalho meu! melhor q o wikipédia ;)

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  2. essa veia aki de traz nao dxa fala vo irritar ela com o som do teclado se vai ve kkkk

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